segunda-feira, 22 de abril de 2013

O que é pecado?

                  A palavra "pecado" é sinônima de muitas outras usadas na Bíblia, as quais indicam conceitos bíblicos distintos sobre o pecado. São vários os termos que amplificam o conceito de pecado nas suas várias manifestações.
                  No Antigo Testamento. Encontramos no Antigo Testamento pelo menos oito palavras básicas que conceituam o pecado; o Novo Testamento, temos, pelo menos, doze outras que descreveram as várias formas de manifestações negativas relacionadas com o termo "pecado". No étimo das palavras mencionadas no Antigo Testamento descobrimos a abrangência do pecado em suas manifestações.
                  1) Hatta't. Esse vocábulo, que aparece 522 vezes nas páginas veterotestamentárias, e seu termo correlato no Novo Testamento - hamartia - sugerem a ideia de "errar o alvo", ou "desviar-se do rumo", como o arqueiro antigo que atirava as suas flechas e errava o alvo. Porém, o termo também sugere alguém que erra o alvo propositadamente; ou seja, que atinge outro alvo intencionalmente.
                   Não se trata de uma ideia passiva de erro, mas implica uma ação proposital. Significa que cada ser humano tem da parte de Deus um alvo definido diante de si para alcança-lo. O termo em apreço denota tanto a disposição de pecar como o ato resultante dela. Em síntese, o homem não foi criado para o pecado; se pecou, foi por seu livre arbítrio, lógico que ele foi livre até a queda, depois a natureza humana se tornou escrava e morta em seus pecados (Ef 2: 1-3).
                 2) Pesha'. O sentido tradicional dessa palavra é "transgredir", "rebelar", "revoltar-se". Porém, uma variante forte para defini-la implica o ato de invadir, de ir além, de rebelar-se. O termo aponta para alguém que foi além dos limites estabelecidos (Gn 31.36; 1 Rs 12:19; 2 Rs 3:5; Sl 51:13; 89:32; Is 1:2; Am 4:4).
                  3) Ra'a. Outra palavra hebraica que tem seu equivalente no grego - como kakos ou poneros - e traz a idéia básica de romper, quebrar; "aquilo que causa dano, dor ou tristeza". É um tipo de pecado deliberado, malicioso, planejado, que provoca e enfurece. Dá a idéia de "ser mau" (Gn 8:21; Êx 33:4; Jr 11:11; Mq 2:1-3). Indica também algo injurioso e moralmente errado. São os pecados expressos por violência (Gn 3:5; 38:7; Jz 11:27). O profeta Isaías profetizou que Deus criou a luz e as trevas, a paz e o ra'a (Is 45:7). É o mal em forma de calamidade, ruína, miséria, aflição, infortúnio. Deus não tem culpa do mal existente, até porque o mal existente é a ausência de Deus, mas enfim... a responsabilidade pelos pecados cometidos recai, à luz da Bíblia, sobre a criatura rebelde, transgressora e incriminada, e não sobre o Criador.
                  4) Rama. quer dizer "enganar"; dá a ideia de prender numa armadilha, num laço. Implica, portanto, um tipo de pecado em forma de cilada para outro cair. É uma forma de enganar e agir traiçoeiramente (Sl 32:2; 34:13; 55:11; Jó 13:7; Is 53:9).
                  5) Pata. É um termo que dá a ideia de seduzir. O sentido literal da palavra é "ser aberto" ou "abrir espaço" para o pecado ter livre curso. No Éden, Adão e Eva se deixaram seduzir pelo engano do pecado e pelo pai do pecado (Satanás), personificado numa serpente (Gn 3:4-7). 
                  6) Shagag. O sentido aqui é "errar" ou "extraviar-se", como uma ovelha ou um bêbado (Is 28:7). É um tipo de erro pelo qual o transgressor torna-se responsável, entre a lei divina que condena o seu erro - pecado (Lv 4:2; Nm 15:22).
                  7) Rasha'. Esta palavra aparece especialmente nos Salmos, com a idéia de impiedade ou perversidade. O sentido metafórico é o pecado em oposição à justiça (Êx 2:13; Sl 9; Sl 16; Pv 15:9; Ez 18:23).
                  8) Ta'a. Este vocábulo se refere ao ato de extravio deliberado. Não se trata de algo acidental, e sim algo que uma pessoa comete sem perceber o fruto negativo gerado pelos seus atos pecaminosos (Nm 15:22; Sl 58:3; 119:21; Is 53:6; Ez 44:10,15).
                  Existem outras variantes do termo que ensinam sobre o pecado no Antigo Testamento, mas me detive apenas em oito deles que ilustram a diversidade e a perversidade do pecado em suas várias manifestações. O pecado é algo infinitamente indigno, pois é um delito contra um Deus infinitamente digno.

Ref Bibliográficas: Teologia Sistemática Pentecostal. 

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