quarta-feira, 30 de julho de 2014

A conversão de Paulo

              Os atos relatam três vezes a conversão de Paulo, e as versões nem sempre são iguais. Antes, os relatos se complementam e se justificam. A primeira vez (At 9.1-25) insere-se no contexto do martírio de Estêvão e de outras conversões. Encaixa-se entre a conversão do eunuco etíope (26.1-40) e a de Cornélio (10.1-11,18). A segunda vez o relato é feito aos judeus (22.1-21). E a terceira vez (26.1-23) é narrada diante das autoridades políticas (judeus e não cristãos). No plano de Lucas os três relatos da conversão de Paulo seriam uma espécie de proclamação universal: aos cristãos, aos judeus e aos não-judeus. Lucas pode querer mostrar o universalismo da mensagem de Paulo.
               O evento de Damasco, historicamente foi sempre conhecido como "conversão de Paulo". Porém, Paulo não utiliza nunca a palavra "metanóia". Também o que aconteceu com Paulo não segue o sentido que no AT os profetas davam ao termo: "voltar"; "retornar". Paulo não retornou ao farisaísmo. Ao contrário, ele abandonou o rigor da lei.

BIBLIOGRAFIA

BARBAGLIO, G. AS CARTAS DE PAULO I (COLEÇÃO BÍBLICA 4. SÃO PAULO: LOYOLA 1989) P. 507
BARBAGLIO, G. AS CARTAS DE PAULO II (COLEÇÃO BÍBLICA 5. SÃO PAULO: LOYOLA 1991) P. 430
BORTOLINI, J. INTRODUÇÃO A PAULO E SUAS CARTAS (SÃO PAULO: PAULUS, 2001) P. 106
BOTOLINI, J. COMO LER A CARTA... (COLEÇÃO “COMO LER – UM VOLUME PARA CADA CARTA DE PAULO” SÃO PAULO: PAULUS, 1991-2002)
FABRIS, R. AS CARTAS DE PAULO III (COLEÇÃO BÍBLICA 6. SÃO PAULO: LOYOLA 1992) P. 543

SACCHI, A. E COLLABORATORI. LETTERE PAOLINE E ALTRE LETTERE (LOGOS 6. ELLE DI CI, TORINO 2002)

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