segunda-feira, 21 de maio de 2012

Conceito de Antigo Testamento

                Quando se fala em "Antigo Testamento" e "Novo Testamento", pensa-se nas duas principais divisões da Bíblia sob o ponto de vista da classificação técnica e didática. Entretanto, o sentido original dessas expressões não visava livros, mas sim as duas "economias" de salvação divina, ou seja, a do povo eleito de Israel e a do povo eleito fundado por Cristo sob a denominação de Igreja. A palavra portuguesa "testamento" reproduz o termo latim "testamentum" e o grego "diathéke". Neste sentido apresenta a última vontade de uma pessoa na ocasião de sua morte, conforme Hebreus 9:16-17. o sentido mais antigo da palavra encontra-se na palavra hebraica "berit", que significa "pacto", indicando o acordo salvífico entre Deus e o povo de Israel, ou salvação decretada por Deus a favor da humanidade. em II Reis 23:2,21 fala-se em "livro da aliança" com referência ao livro encontrado no templo pelo sacerdote Hilquias na época do rei Josias, o qual serviu de base para uma importante reforma político-religiosa por volta de 622 a.C. Esse documento, segundo as evidências de conteúdo e natureza dessa reforma, continha o texto básico daquilo que se chama hoje de "Deuteronômio". Também, o apóstolo Paulo, se referiu a toda a literatura do povo pré-cristão como "Antigo Testamento" (II Coríntios 3:14), pensando ainda na idéia de pacto e aliança comum aos antigos. É sempre bom lembrar que os judeus não intitulam a sua literatura como "Antigo Testamento", uma vez que não consideram o pacto feito com Moisés como antigo e, portanto, precisando de uma novidade. Essa divisão é cristã e, provavelmente, só veio a cristalizar-se por volta do século V d.C., quando os livros do "novo Testamento" existiam num corpo organizado, num rol ou lista de livros sagrados que a Igreja chamou de "Cânon".

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