terça-feira, 29 de maio de 2012
Conceito de Antigo Testamento - 2.
Como a mentalidade cristã chegou à interpretação da literatura sagrada como "Antigo" e "Novo" testamentos? A teologia parte do princípio que a religião de Israel baseava-se num pacto entre Yavé e seu povo. Por sua promessa, Yavé estabeleceu o pacto e coube ao povo cumprir os mandamentos divinos Ex 34:10-11. O sinal desse ajuste foi a circuncisão. Na verdade, os textos sacerdotais sempre apresentam um Deus que se comunica com o homem através de pactos (Na criação, Gên 2; em Noé, Gên 9; em Abraão, Gen 12 e 17; em Moisés, Ex 19. Com o passar do tempo, a religião de Israel tornou-se incapaz de observar corretamente as condições do pacto, ou melhor, de cumpri-lo, na medida em que desviou-se do direito transmitido aos antigos (Lei - "Torah"), desobedecendo Yavé e tornando a religião num ritualismo cego manifestado por práticas exteriores (liturgias e sacrifícios). Os profetas perceberam esse desvio bem cedo (Is 1:10-17). Desde então, já anunciavam o "novo" (Is 43:18-19; Jer 31:31-34). Essa concepção de "Novo Pacto" foi compreendida pelos cristãos como realizada plenamente na vida e morte de Jesus Cristo (Mat 26:28; I Cor 11:25). A partir de Paulo, percebe-se Moisés e seus escritos como "Antiga Aliança" (II Cor 3:12-15) ou como "primeira aliança" (Hb 8:7-13; 9:15). A separação para fins didáticos só aparece a partir do momento em que a Igreja chega a uma reforma para a lista de livros do Novo Testamento tal qual possuímos hoje, ou seja, um Cânon de 27 livros, por volta do início do século V d.C.
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